segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quanta hipocrisia... Sra. Valadão!!!





Por Suzy Costa


 

 “Fiquei chocada com a ousadia da nova propaganda da loja… Que absurdo! Nós que conhecemos a Verdade imutável da Palavra de Deus não podemos ficar calados”, escreveu ela. (Ana Paula Valadão)



Nesses últimos dias fomos instigados por a "cantora gospel " Ana Paula Valadão a boicotar uma das maiores loja âncora em nosso país a populista (C&A), atribuo o termo populista mediante suas mercadorias terem preços acessíveis  a classe " C ".

Não vejo discernimento bíblico neste ato, mas só mais um gancho para holofotes porque se for para defender imposição da ideologia de gênero a Senhora e seu grupo diante do trono, não deveriam por os pés na Rede Globo e nem tampouco em todos os espaços luxuosos que permeiam seu mundo  de glamour.

Estimular pessoas a não comprar em determinada loja onde a própria não consome seus produtos é fácil, visto que jamais ela trocaria as marcas Barbara Bela e Mares, para um use e abuse C&A, e nem tampouco boicotar o programa Altas Horas, Domingão do Faustão, Fátima Bernardes , entre tantos outros, onde seu estrelato em um mundo secular e em um mundo gospel profano brilha.

Abomino a imposição da ideologia de gênero, pois me considero conservadora, ortodoxa,e entendo que o evangelicalismo  de hoje necessite de nova reforma, por isso não posso me calar com farisaísmo tão grosseiros como esse ato.

Soli Del Gloria!

 

 





sábado, 28 de maio de 2016

Pregação Bíblica ou comédia (stand up)


      



 Spurgeon certa vez afirmou: "Chegarão dias em que existirão pastores entretendo bodes, ao invés de apascentar e alimentar ovelhas".

Ah... como Spurgeon tinha razão.


O que tem hoje de pregadores que amam fazer "palhaçadas" (e amam aparecer na mídia também) ao invés de pregar a Palavra que, se propagada corretamente conforme ensinou e exemplificou Cristo e os apóstolos, incomoda, fere, impacta e requer mudanças objetivas e arrependimento. é uma grandeza.
Chega de palhaços nos púlpitos !
Chega de contador de estorinhas !
Usar uma ilustração aqui e ali tudo bem, mas transformar a explanação e exposição bíblica em show de humor e espetáculo circense é uma aberração e vai contra tudo que as Escrituras nos ensinam sobre a seriedade e responsabilidade deste momento. 
Precisamos de homens tementes a Deus que preguem e vivam o Evangelho de Cristo que nunca produziu gargalhadas mas choro, quebrantamento, arrependimento, confissão, perdão e salvação.
Chega de palhaços na Igreja !
A hora e o momento é de chorar, não de rir.
A festa será nos céus, aqui é lugar de trabalho e obediência a Palavra.

Amam uma pregação que provoca risos e gargalhadas???
Mas, como assim?

Se a pregação (alguns "pastores" chamam de palestras pra justificar sua performance humorística) que ouviu lhe provocou risos e gargalhadas, e não confronto, choro, quebrantamento e arrependimento, algo está, do ponto de vista bíblico, muito errado com o pregador e diria, contigo também.
Cuidado, não deixe sua igreja se tornar um circo ou uma casa de shows.

Pastor não é artista, muito menos humorista ou comediante.
Pastor ou pregador são pessoas espiritualmente dotadas por Deus para lhe servir o bom alimento (a Palavra de Deus, Bíblia) e não para lhe proporcionar semanalmente momentos de entretenimento. 
Questione estes conceitos, reavalie sua conduta à luz da Palavra. Passe tudo isso pelo crivo bíblico.
Não permita que o diabo cegue seu entendimento. Seja fiel a Bíblia.
Não ceda aos desejos da carne e ao "evangelho fácil" e a "igreja agradável" (letras minúsculas de propósito).

Mas ainda, muitos afirmam que a pregação bíblica, expositiva da Palavra como tradicionalmente era exercida, é muita chata e entediosa e não atrai as pessoas e muito menos, "prende" a atenção.

Concordo que alguns pregadores poderiam mudar a forma de comunicação, sendo mais enfáticos, inteligentes com relação a exposição, usar alguns métodos já revelados nas Escrituras que o próprio Senhor Jesus usou como ilustrações, parábolas, etc... 
Entretanto, não vejo nesta nova onda de pregadores "engraçadinhos" uma imitação do que a Bíblia nos revela. Não vejo exemplos e muito menos orientações bíblicas explícitas ou implícitas que confirmem ou respaldem este método para exposição da Palavra de Deus.
Penso que há nestes pregadores "palhaços" um grande exagero e ausência de conhecimento e respeito com a Palavra.
Portanto, se pregar a Palavra da forma bíblica é ser chato, prefiro e decido ser mil vezes chato do que ser omisso.
Prefiro mil vezes ser considerado fariseu, legalista, radical, fundamentalista, chato ou antiquado, do que ser considerado omisso, covarde e infiel.
Quando se propaga a Palavra de Deus como Ela é e não como muitos desejariam que ela fosse, paga-se um alto preço.

A zombaria, a falta de educação, falta de respeito e até mesmo, as ofensas e xingamentos através da internet são inevitáveis.
Por que isso?

Porque muitos que se dizem cristãos e até frequentam igrejas, na verdade não são cristão autênticos, são simplesmente cristãos nominais, são simpatizantes, que estão em nosso meio mas não são dos nossos. São o joio revelado nas 
Escrituras.
E assim combatem tudo que vier para tirá-los do "sossego e do conforto" de seus pecados e rebeldias contra Deus e Sua Palavra e aceitam, apoiam e defendem tudo que vier contrariando aquilo que a Palavra ensina e revela.
São o que Judas menciona em sua carta como sonhadores alucinados que não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores (Judas 8.)
Aqui na net são os valentes, os corajosos, que falam o que querem sem respeitar ninguém, muito menos cristãos mais velhos, pastores ou seja quem for. Mas pessoalmente sequer tem coragem de confrontar pessoalmente alguém. São valentes na net e covardes na vida real. Não possuem argumentos bíblicos, mas 
sim ofensas e ataques carnais. 
Triste fim esta reservado para estes se não se arrependerem.
Oremos por estes meninos e meninas que caminham (sem perceber) a passos largos para a perdição.

E por fim, desejo terminar com um apelo e uma advertência aos srs. pregadores humoristas:
"Por amor a Cristo, retornem ao bom, simples e puro Cristianismo Bíblico ou colham Naquele Dia o fruto, a colheita de sua equivocada e "engraçada" semeadura.

Pr. Magdiel G Anselmo.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Idolatria na Oração!

Por : Rev. Mauro Meister








Já vi crente orando por gente morta.

Já vi orações de prosperidade.

Já vi 'pastores' orando e dizendo que se deve parar de fazer a oração derrotista "seja feita a tua vontade".

Já vi toda uma teologia da oração baseada na oração de Jabes, um insulto a hermenêutica bíblica, vendido aos milhões ao redor do mundo.
 

Já vi orações proféticas sem qualquer base bíblica, ou seja, mentirosas em sua essência.
 

Já vi orações de quebra de maldições que não existem.
 

Já vi orações de declaração de cura sem base bíblica e por ai vai! Nada disso faz sentido.
 

CONCLUSÃO: oração sem uma correta teologia, não passa de uma forma de idolatria, igual à tentativa de criar um bezerro de ouro para alcançar a Iavé. Então, por favor, parem com a tolice de dizer que a teologia nos afasta da oração!
 

Oração sem teologia bíblica verdadeira é idolatria!
É claro que teologia sem oração é religiosidade vazia. Mas o oposto, é a mesma coisa!
 

Para finalizar: qual dois dois desceu justificado do templo? O fariseu que não parava de aparecer com sua oração baseada numa teologia falsa ou o publicano que, humilhado, orou de acordo com a perfeita teologia da justificação?

Extraído: Teologia Puritana

Princípios Para se Fazer a Obra do Senhor: Não Faça Compromisso Com os Que Não Tem Compromisso Com Deus

É muito comum encontrar nas Igrejas pessoas com diferentes níveis de envolvimento no seu dia-a-dia. Não precisamos apelar para o uso de termos jocosos e depreciativos, crente disto, crente daquilo, mas o fato é que há membros compromissados e membros descompromissados com o trabalho.
Sem qualquer esforço logo identificamos aqueles que estão presentes e ativos em todos os trabalhos dos quais conseguem participar – são aqueles que, quando se ausentam, a Igreja logo pergunta se está viajando, trabalhando ou doente. São os que mais trabalham, que ocupam os cargos e que, com isso, acabam sendo os agentes das decisões que definem os rumos da Igreja, evidentemente que, acima deles, está o Senhor e espera-se que sempre possa ser dito que a decisão tem origem primeiro em Deus (At 15:28).
Com um pouquinho de cuidado também encontramos aqueles que eventualmente se fazem presentes, especialmente como frequentadores de dois dos principais encontros da Igreja – a Escola Bíblica e os cultos dominicais. São menos envolvidos, se ausentam com frequência e sua ausência só é sentida após algum tempo. Precisam entender melhor o que significa ser parte do corpo de Cristo (Hb 10:25).
Somente quem está na Igreja percebe aqueles que, embora membros da Igreja, embora tendo sido batizados e feito a pública profissão de fé são pouco mais que visitantes esporádicos. Fazendo um paralelo com um termo que os protestantes usam frequentemente com os romanistas, são os evangélicos não praticantes. Participam muito pouco, mas se identificam com a Igreja e usam o nome da Igreja para se identificarem socialmente. Mas contribuem muito pouco com sua presença, seus dons e talentos.
Esperamos que os primeiros estejam sempre a postos – quase sempre temos que convocar e pedir ajuda aos intermediários e, quase sempre, quando por algum motivo confiamos esperamos que os terceiros façam alguma coisa nos decepcionamos, eles tem que ser substituídos às pressas e a tarefa é feita de improviso.
Como conduzir o povo de Deus com estas características? Precisamos olhar para as Escrituras, e Neemias nos oferece um princípio que certamente é muito útil. Ele não esperava que os descompromissados participassem da obra.
7 E ainda disse ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do Eufrates, para que me permitam passar e entrar em Judá,  
8 como também carta para Asafe, guarda das matas do rei, para que me dê madeira para as vigas das portas da cidadela do templo, para os muros da cidade e para a casa em que deverei alojar-me. E o rei mas deu, porque a boa mão do meu Deus era comigo.
9 Então, fui aos governadores dalém do Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei; ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros. 10 Disto ficaram sabendo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita; e muito lhes desagradou que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel.
11 Cheguei a Jerusalém, onde estive três dias. 12 Então, à noite me levantei, e uns poucos homens, comigo; não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão o que eu montava. 13 De noite, saí pela Porta do Vale, para o lado da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo. 14 Passei à Porta da Fonte e ao açude do rei; mas não havia lugar por onde passasse o animal que eu montava. 15 Subi à noite pelo ribeiro e contemplei ainda os muros; voltei, entrei pela Porta do Vale e tornei para casa.
16 Não sabiam os magistrados aonde eu fora nem o que fazia, pois até aqui não havia eu declarado coisa alguma, nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra. 17 Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio.
18 E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra. 19 Porém Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, quando o souberam, zombaram de nós, e nos desprezaram, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei? 20 Então, lhes respondi: o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém.
Ne 2.7-20
A primeira atitude de Neemias é convocar todos aqueles que faziam parte da liderança constituída em Jerusalém. Ele precisava saber com quem poderia contar, quem tinha compromisso com o Senhor e sua obra e quem não tinha. Muitos ocupavam posições de liderança já há algum tempo dando continuidade ao trabalho iniciado desde os dias de Esdras que iniciara o trabalho de reestruturar o culto, reconstruir o templo (tarefa que durou 20 anos) e as casas mas pouco mais além disso havia sido feito. Os muros, evidentemente, estavam caídos e as casas desprotegidas em caso de algum ataque. Com um projeto pronto, Neemias desafia o povo para que eles também se envolvam na obra (Ne 2.17-18).
O ponto é: quem estaria disposto a participar e quem não queria o bem de Jerusalém (Ne 2.10). Logo os adversários aparecem – Sambalate, natural de Bete-Horon, Tobias, um servo do rei, descendente do filho de Ló com sua filha mais nova, e mais tarde Gesém, um descendente de Ismael. É salutar lembrar que, na obra do Senhor, quem não ajuda é empecilho, quem não é pelo Senhor é contra (Lc 11:23).
É uma decisão sempre difícil de ser tomada, e às vezes um líder precisa tomar: definir a equipe de trabalho, escolhendo entre aqueles que estão realmente dispostos a fazer a obra e os que estão interessados apenas em "tomar parte" ou, pior ainda, aqueles que estarão torcendo contra e podem tomar atitudes e decisões que só venham a atrapalhar o andamento dos projetos. É sempre muito difícil analisar uma equipe e decidir afastar alguém. Mas Neemias não tinha escolha. Ele não podia correr o risco de fracassar. Seu tempo era escasso, o rei tinha lhe dado apenas um tempo definido (que não sabemos exatamente quais, embora os estudiosos do Antigo Testamento afirmem que foi, no máximo, um período de 3 anos.
Fracassar significava deixar os judeus em opróbrio ainda maior do que o que ele encontrava, pois, além de destruídos cultural e politicamente também seriam zombados por todos como um bando de fracassados pretensiosos (Lc 14.28-30).
Sambalate é identificado como um dos governadores provinciais, e Tobias e Gesém provavelmente tinham alguma influência na região como membros de povos que os babilônicos tinham transplantado para a região e que fariam parte do amálgama de povos que ficou conhecida como samaritanos que, um século depois, edificariam seu próprio templo no monte Gerizim, perto de Siquém, oficializando definitivamente a ruptura e institucionalizando o ódio entre estes dois povos (Jo 4:20). Certamente não foi fácil para Neemias, recém-chegado, dirigir-lhes as palavras de rejeição que permaneceram ecoando por quatro séculos (Ne 2.20).
Quantas pessoas são necessárias para reedificar uma cidade? Quantas pessoas são necessárias para construir um muro com uma dezena de metros de altura e centenas de metros de extensão? A melhor resposta é: todas. Todas as disponíveis. O máximo de pessoas possível. E o caso de Neemias é ainda mais difícil porque ele estava pronto a reedificar a cidade à partir de um "resto de povo" deixando de lado pessoas que tinham recursos, influência e auxiliares.
Documentos antigos conhecidos como Papiros de Elefantina mostram que Neemias precisava montar a sua equipe de trabalho rejeitando três pessoas que possuíam grande influência: Sambalate, por um tempo foi governador da Samaria (e talvez quisesse governar a província transeufratiana inteira), Gesém liderava um grupo de comunidades árabes e Tobias que liderava as comunidades amonitas (talvez como um regente títere, por isso é chamado de servo “do rei”) e parece ter se tornado membro de uma família judaica, o que dificultaria ainda mais afastá-lo de sua equipe – mas era necessário, e, se eles tivessem algum interesse nisso já teriam feito alguma coisa pois já estavam ali há muito mais tempo que Neemias. Em muitas situações é excelente ter muita gente. A bíblia diz, por exemplo, que na multidão de conselheiros está a segurança (Pv 11:14) e a vitória (Pv 24:6), duas coisas que eles certamente não podiam desprezar.
Mas Deus também já tinha mostrado que com 300 podia fazer mais do que milhares sem Deus. Deus rejeitou 22.000 tímidos e medrosos que atenderam ao chamado de Gideão (Jz 7.3). Deus também rejeitou 9.700 desatentos (Jz 7:7).
Para que a obra andasse era necessário que apenas os que estivessem dispostos para a obra fossem engajados nela. Não podia haver brechas. 
Não podia haver gente sem compromisso com Deus no meio do povo porque havia grande perigo na empreitada. O importante não era o número, era a qualidade, a prontidão, a confiabilidade.
A obra do Senhor não é para tímidos, para covardes, para os que retrocedem (Hb 10:39) mas dos que olham para a frente, que não tiram os olhos do Senhor e prosseguem para o alvo da soberana vocação (Fp 3.12-14).
Com poucos compromissados você tem mais trabalho, mas certamente menos decepções, menos falhas de execução, por isso Jesus, nos momentos cruciais de seu ministério, investiu nos doze apóstolos que ele mesmo escolheu e enviou (Jo 20:21) e não lidar com uma multidão de 5000 pessoas que queriam apenas pão (Jo 6:26), aos quais ele não se confiava (Jo 2:24) e que sabia que logo o abandonariam (Jo 6:66).
Não faça alianças para o reino com quem o rei não fez aliança alguma. Pensemos na situação de Neemias: se você fosse reestruturar uma comunidade, você abriria mão de líderes de grupos inteiros nesta comunidade (Sambalate era líder dos horonitas (Bete Horon), Tobias, dos amonitas, Gesém, dos arábios – Ne 2.19). Eles contavam com a colaboração dos asdoditas (Ne 4.7), também eles antigos inimigos de Israel (Js 11:22) de onde saiu, por exemplo, Golias, o gigante filisteu de Gate (I Sm 17:4) – todos estes povos inimigos históricos dos judeus.
Talvez muitos estrategistas entendessem que era a hora de uma aliança estratégica, ainda mais que eles tinham dinheiro para comprar apoios (Ne 6.12) e tinham influentes conexões religiosas com os profetas (Ne 6.14) e até mesmo familiares com o sumo sacerdote (Ne 13.28) embora, aparentemente, este não estivesse envolvido com os inimigos de Neemias mas foi prudentemente afastado (Ne 13:28).
Neemias faz exatamente o contrário do que os judeus vinham fazendo desde o tempo de Esdras – ele prefere um grupo pequeno e coeso, com os mesmos princípios e propósitos, do que fazer alianças que poderiam trazer benefícios no curto prazo mas que, no fim, acabariam lhe trazendo dissabores (II Rs 18:21). Neemias compreendia perfeitamente que não deveria se associar com os ímpios para não colher o fruto de sua impiedade, como aconteceu com o rei Ezequias (Is 39.1-8).
Lembremos que a obra não é nossa, é do Senhor – e ele é quem disporá de todos os recursos para que nossa tarefa seja executada. A Igreja não precisa aliar-se à impureza em nome de um benefício imediato (II Co 6:14 - Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? 
Ou que comunhão, da luz com as trevas?). O Deus que Paulo diz ser capaz de iniciar e completar a boa obra não mudou (Fp 1:6 - Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus).
A obra do Senhor é para ser executada por suas testemunhas (Is 44:8 - Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça) às quais ele libertou do império das trevas, chamou para sua maravilhosa luz e deu-lhes a missão de proclamar suas virtudes (I Pe 2:9 - Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz).
Concluindo com a história de Gideão – o Senhor dispensou 31.700 homens para usar apenas 300 – menos que a centésima parte – para mostrar que ele é quem liberta (Jz 7:2 - Disse o SENHOR a Gideão: É demais o povo que está contigo, para eu entregar os midianitas nas suas mãos; Israel poderia se gloriar contra mim, dizendo: A minha própria mão me livrou), ele é quem abençoa, é ele quem faz com que a obra seja concluída (Jo 15:5 - Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer) – mas ele vai usar aqueles que estiverem realmente compromissados com a sua obra.
O que há de semelhante entre os nossos dias e os dias de Neemias? Não quero fazer um paralelo com Igrejas que se encontram moribundas, arrasadas (elas existem, infelizmente), mas creio que o chamado de Jesus aos seus discípulos é perfeitamente aplicável: ainda há vagas para trabalhadores em sua seara (Lc 10:2 - E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara).
Em primeiro lugar, precisamos compreender que, tanto na obra de Neemias como hoje só existem dois caminhos – e uma decisão tem que ser tomada: ou estamos dispostos, e atendemos ao chamado do Senhor, ou não estamos dispostos, e então, não estamos aptos para a obra – e, portanto, para o reino de Deus (Lc 9:62 - Mas Jesus lhe replicou: 
Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus). O arado está posto bem à sua frente. Pronto para ser tomado. A obra está diante de ti e você tem que se posicionar – fará ou não? Você pode até pensar que é possível ser discípulo de Jesus e não tomar uma atitude posicionando-se na obra – mas deixe eu lhe lembrar as palavras de Jesus: se você não tomar a cruz e segui-lo, nada feito (Lc 9.23-24 - Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. 24 Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará).
Em segundo lugar, precisamos compreender que esta decisão tem consequências duradouras – não pode ser uma atitude que você toma hoje mas amanhã já mudou de ideia. Você não pode retroceder, porque retroceder é perdição (Hb 10:39 - Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma), retroceder é atitude daqueles que nunca foram, de fato, parte da comunidade dos salvos (I Jo 2:19 - Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos) porque aqueles que o Senhor chama ele próprio confirma (Rm 8:30 - E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou) completando a obra iniciada quando a alma é vivificada e ouve a voz do evangelho (Fp 1:6 - Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus).
Em terceiro lugar, a atitude que você tomar agora tem consequências eternas. Os rejeitados por Neemias formaram um povo à parte, os samaritanos. Sambalate, Tobias e Gesém estavam em Jerusalém. Tinham acesso à cidade, a Neemias, aos profetas e sacerdotes mas não tomaram parte na obra. Você pode ter acesso à Igreja, aos pastores, aos presbíteros, aos cultos e, ainda assim, não ter parte na obra e sofrer terrível decepção quando o Senhor lhe disser: nunca vos conheci, vocês não tem direito a entrar no reino dos céus (Mt 7:22 e 24). Se ele prometeu dizer isso para quem parecia ser crente, quanto mais para aqueles que nem crentes parecem ser.
Deixe-me concluir – se você entende que esta mensagem é um chamado de Deus para que você responda positivamente ao chamado para servi-lo; se pelo Espírito de Deus o seu coração foi tocado, sua mente foi iluminada e sua vontade foi inclinada para dizer ao Senhor que quer servi-lo, seja bem vindo. Quero poder chamar-te de irmão. 
Quero dar-te a mão e andar junto com você numa caminhada de alegrias e lutas, mas com certeza uma caminhada que nos levará, em Jesus Cristo, à morada celestial, à nova Jerusalém. 

Extraído: http://marthonmendes.blogspot.com.br/

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Modelo de Igreja Para o Século XXI



Geralmente, uma igreja local tem departamentos ou ministérios em áreas como música, diaconia, ensino, sociedades internas como de senhoras, homens, adolescentes, jovens e crianças, evangelização e missões, aconselhamento, área social e outras que são possíveis como braço de apoio à vida e crescimento dela mesma. Entretanto, me chamou a atenção a dinâmica e estrutura da mega igreja Saddleback Church, a conhecida igreja do Pr Rick Warren (http://saddleback.com/).

Seus ministérios ou serviços "eclesiásticos" são nas seguintes áreas: Psicológica, Financeira, Espiritual, Relacional, Emocional, Vocacional e Educacional. Seu objetivo nestes segmentos internos de atividades e ministérios desta igreja é conduzir as pessoas a encontrarem solução ou uma vida bem sucedida nestas áreas. Rick Warren defende que a igreja deve ser um ambiente que proporciona as pessoas descobrirem os meios pessoais de ter um encontro com Deus. Isto significa que o ministério desta igreja é o ser humano como seus problemas e necessidades percebidas.

Rick Warren é autor de uma série de livros como "Uma Igreja com Propósitos" "Liderança com Propósitos" e "Uma Vida Com Propósitos". Nestes livros o autor propõe um modelo de implantação e crescimento de igreja tratando aparentemente de assuntos como comunhão, discipulado, adoração, ministério e evangelismo. Apesar dos assuntos serem de cunho bíblico, em seu conteúdo é extremamente pragmatico e omisso em temas essenciais como pecado, inferno, ira de Deus sob o pecador e arrependimento.

Diversas igrejas no Brasil usam este livro como base central de ministério e crescimento. A Primeira Igreja Batisa de São José dos Campos -SP (minha cidade natal e igreja que frequentei por um curto período) é oficialmente garoto propaganda deste modelo. Ela cresceu numericamente de 600 membros para mais de 3000 membros, pelo menos até o ano de 2004. Só um detalhe importante. No mesmo período em que ela cresceu quantitativamente, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus de São José dos Campos estava sofrendo um grande cisma entre os seus mais de 20.000 membros espalhados pelas mais de 700 congregações locais. Muitos destes milhares de assembleianos, assim como eu, migraram para a PIB- SJC.

Quando era estudante de teologia, trabalhei em duas igrejas presbiterianas como seminarista influenciados por este material e filosofia de ministério e crescimento de igreja. Confesso inclusive que fui atraído e até mesmo cheguei usar um destes livros nos estudos bíblicos durante a semana. Quando lembro disso a única coisa que me vem a mente é: "DEUS, O QUE FOI QUE EU FIZ?" Sinto pelo fato de, naquela época não ter sido orientado, repreendido e supervisionado por um presbítero ou pessoa mais experiente e madura no conhecimento teológico reformado. Tanto eu como estas igrejas estávamos correndo sérios riscos em seu progresso espiritual e de fidelidade as Escrituras.

Pragmáticas e relativistas são o que se tornam as igrejas que mergulham fundo neste movimento de crescimento de igrejas pós modernistas. O efeito de tudo isto é uma igreja lotada de pessoas interessadas em resolver seus problemas pessoais e relacionais. Existem pessoas que fazem volume nestas igrejas sem compromisso algum mas apenas curiosas pelas preleções realizadas nestas igrejas (porque pregação da Palavra não é nem aqui e nem na China) ou pelo estilo de celebração que produzem em suas reuniões (porque culto não é nem aqui e nem na China), mas elas não tem em sua consciência do principal motivo que Deus determinou na Escritura: exaltar a pessoa de Cristo ou glorificar a Deus.

O modelo de igreja convencionada em nossos dias no século XXI está condicionada a centralizar o homem em todas as suas atividades e projetos, menos obedecer a Palavra no que diz respeito a centralizar Cristo em suas vidas seja no campo pessoal, profissional, relacional, emocional, financeiro e religioso.

Igrejas e Líderes de suas igrejas... voltem ao ponto central de seu ministério. Preguem e vivam a Palavra. Centralizem a pregação, o ensino e a prática fiel da Escritura!

Este é o verdadeiro proposito da vida cristã

P
 
 http://musicareformada.blogspot.com.br

Auto-Louvor: A Desgraça da Adoração Comtemporânea

Por Thiago Oliveira

Se pegarmos um dicionário e lermos o verbete “Louvor”, encontraremos o seguinte significado: “Ato de enaltecer alguém ou alguma coisa; elogio, apologia”. Pois bem, quando falamos em louvar a Deus, isso implica em enaltecermos ao Senhor, e essa prática pode ser individual ou congregacional. 

Hoje o louvor tornou-se sinônimo de música para a igreja contemporânea, todavia, louvar não se resume a cantar. Obviamente, os hinos ou cânticos espirituais podem ser usados com essa finalidade. Encontramos na Bíblia referências a música como parte integrante da liturgia. Paulo aos Efésios dá a seguinte instrução: Efésios 5:19 – “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração.”

Só que os velhos hinos e os salmos vêm perdendo espaço para as músicas da indústria fonográfica gospel. A invasão de letras e melodias compostas por artistas desse segmento mercadológico começou timidamente nos anos 90, quando tais canções tinham um espaço no culto dividido com os louvores dos clássicos hinários. Aos poucos, o hinário foi ficando obsoleto e em muitas congregações só existem as músicas do gospel. Bem, não irei aqui fazer apologia ao HCC, a Harpa ou ao Cantor Cristão, etc., até porque alguns dos hinos antigos também apresentam equívocos teológicos e outros estão obsoletos em seus vocabulários e arranjos sonoros. Determinadas letras não são inteligíveis por ostentarem termos que em nosso cotidiano entraram em desuso. Sobre melodias, algumas vezes na adoração cantada, precisamos expressar alegria, e os ritmos de cânticos centenários já não conseguem expressar alegria, estão envelhecidos e descontextualizados. Já as músicas de hoje – no geral – apresentam outra espécie de problema: O grande problema é que o Gospel é um tipo de música feita com o intuito de vender. Enaltecer a Deus não é a primazia. Daí você me diz: 

“Estás julgando”. Ao que eu respondo: “Sim, estou”. O julgamento é uma análise, e para um bom discernimento é preciso estudar os frutos. Vamos lá. Reparem nas músicas cantadas no próximo culto e vejam quantas delas tem Deus como sendo o cerne das letras e quantas tem o homem no centro. Gostaria de listar alguns exemplos.
Uma das canções mais antropocêntricas que já ouvi (e o clipe ajuda bastante) é “Cheio do Espírito Santo”, gravada por Thalles. Eis um trecho:
Vou dizer, quem sou eu/Ahhhh/Cheio de graça/Cheio da bênção/Cheio do fogo/Cheio do manto/Fica a vontade, chega mais perto/Chega buscando/Chega dando glória, e dá lugar irmão.”

É perceptivo que o “eu” é o objeto de louvor. Outra música que vai na mesmíssima direção é “Nada pode calar um adorador” cantada por Eyshila. Observem o refrão:
Adorar é o que sei/Adorar é o que sou/Nada pode calar um adorador/Não existem prisões/Que contenham a voz de quem te adora, oh Senhor.”

Não estou fazendo uma refutação teológica dessa canção. Apenas atento para o fato de que elas não são litúrgicas. Até aceito alguém dizer que é um adorador e que ninguém cala um adorador, mas tal afirmação não coaduna com o louvor a Deus. Para não dizer que sou um crítico desonesto, usarei um exemplo positivo de uma música gospel (uma rara exceção) que glorifica ao Senhor e pode ser usada como adoração congregacional. Trata-se de ”Senhor e Rei”, do grupo Toque no Altar (apesar do grupo ter muitas músicas ruins):
Acima de Todos /acima de tudo/Está o Senhor entronizado/Os anjos e os homens/os céus e a terra/Montanhas e mares declaram quem tu és/Tu és Senhor e Rei/Governas sobre o universo/Justo e fiel/vestido de glória e poder/Coroado estás/Pra sempre reinarás.”

Nosso louvor deve ser para enaltecer a Deus tanto pelo que Ele faz, mas sobretudo pelo que Ele é. Não são apenas os atos do SENHOR que devem ser louvados, os Seus atributos também. É isso que vemos fazer Moisés (Êxodo 15) e Maria (Lucas 1) com seus cânticos. Da mesma forma os diversos Salmos, dentre eles os compostos pelos coraítas (por exemplo o Salmo 48). Não poderíamos aqui esquecer de um cântico da igreja primitiva que o apóstolo Paulo registra em sua epístola aos irmãos de Roma:

Romanos 11:36 – “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
Agora vejam o contraste entre o versículo acima e a letra “Conquistando o Impossível” gravada e cantada por Jamily:
Campeão, vencedor/Deus dá asas, faz teu voo/Campeão, vencedor/Essa fé que te faz imbatível/Te mostra o teu valor/Tantos recordes/Você pode quebrar/As barreiras/Você pode ultrapassar/E vencer.”

É uma canção extremamente humanista com um apelo motivacional que enfatiza tanto os atributos do ser humano que diz que a fé (não necessariamente salvífica) mostra o valor da pessoa e não o valor do Deus que “dá as asas” para que o homem possa “voar”. Na mesma “pegada” vem “Raridade”, interpretada por Anderson Freire:
”Você é precioso/ mais raro que o ouro puro de Ofir/ Se você desistiu, Deus não vai desistir/ Ele está aqui pra te levantar se o mundo te fizer cair.”

Este é apenas um trecho equivocado de tantas outras frases infelizes que existem nessa música. E ela é uma das mais estouradas no momento, cantada inclusive por descrentes. Além de exaltar a preciosidade (?) do ser humano – o que não é aceitável num louvor – inverte um versículo da Escritura. Vejamos o contexto em que é dito que o homem será raro como o ouro de Ofir:
“Eis que vem o dia do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores. Porque as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não resplandecerá com a sua luz. E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos. Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir”. Isaías 13:9-12

Essa passagem fala de destruição. O Dia do SENHOR virá e os ímpios serão esmagados. Os ímpios são a grande maioria dos seres humanos, o remanescente fiel é um grupo pequeno se comparado ao dos réprobos. Por isso que o homem se tornará precioso como o ouro. Precioso, raro, aqui significa escasso. Isaías, falando da parte de Deus não louva o valor intrínseco do ser humano, ele traz uma mensagem de juízo para a humanidade caída e depravada.
A grande falha nos “louvores” atuais é tirar o foco da majestade e da grandeza do nosso Deus para dissertarem acerca dos dilemas humanos, das tribulações da vida ou até mesmo a exaltação do cristão como se ele por si só fosse o responsável por perseverar em meio as lutas e tentações. Por isso, quando você estiver no culto, quando começar o período de louvor faça a seguinte pergunta a si mesmo: Eu estou realmente louvando a Deus? Estou louvando ao cantar músicas que carregam uma carga dramática de dilema pessoal? Estou louvando a Deus quando a canção subverte uma passagem da Escritura (caso da música Raridade)? É hora de nos voltarmos para a adoração que tem o princípio joanino “Que Ele cresça e que eu diminua”.
Finalizo com um encorajamento aos músicos cristãos que amam ao SENHOR e a sua Palavra: Cantem as Escrituras. Componham hinos que exaltem os atributos maravilhosos do Criador. Formulem melodias que levem a reflexão e a contemplação. Evitem os jargões sentimentais e saibam que liberdade poética não existe quando temos um Cânon que subscreve a forma de prestarmos culto. 

Orem para que seus cânticos sejam de exaltação ao Deus triúno e busquem apresentar o evangelho da graça ao cantar dentro e fora da igreja. Que o bom Deus vos capacite e que com a sabedoria do céu, os auto-louvores sejam trocados por canções que engrandeçam e glorifiquem ao Rei dos reis.
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Extreído: http://blogelectus.blogspot.com.br/

Eu Posso Julgar o Malafaia? Se em 2014 já era assim...imagine hoje?

 
Por Thiago Oliveira(postado em 02/04/2014)


Anteontem foi ao ar uma entrevista com o Silas Malafaia no programa The Noite. Num espaço de aproximadamente vinte minutos, o entrevistador Danilo Gentilli, astro do late show do SBT, cutucou pouco o pastor-presidente da Assembléia de Deus Vitória em Cristo. O Ultrage a Rigor, banda do programa, tocou uma música intitulada “Money” durante a entrada de Malafaia. O tema foi escolhido, segundo o vocalista (Roger), porque o Silas é “a favor de que as pessoas ganhem mais dinheiro”. Vejam como a imagem desse pastor já está vinculada a famigerada Teologia da Prosperidade.


Assisti o programa ontem, graças ao YouTube, e por incrível que pareça pensei que ouviria mais heresias do que ouvi. Considero o já citado pastor um herege que presta um desserviço a causa do verdadeiro Evangelho pregado por Cristo e disseminado pelos apóstolos. Mas de ruim mesmo ele só falou que “O trabalho da Igreja Universal é um trabalho fenomenal” e que
“dinheiro é um dos maiores temas da Bíblia”. Esta última frase foi reiterada pelo mesmo: “Finanças é um dos maiores temas da Bíblia”. Fez jus a música tocada em sua entrada.

Finanças, um dos maiores temas da Bíblia? Desde quando? A Bíblia fala sobre pecado, justiça e redenção. A Bíblia fala da soberania divina, da natureza caída do ser humano e da morte vicária de Cristo para lavar e redimir os seus eleitos. De finança, quem entende e fala muito é o Sr. Mike Murdock, mentor do Silas. Já em se tratando de Escrituras, ambos não entendem e deturpam a verdade sagrada.


Agora tem aqueles que dizem que eu não posso julgar, baseados em Mateus 7: 1
: “Não julgueis para que não sejais julgados”. Gostaria de informar que Jesus não proíbe qualquer tipo de avaliação crítica. Se fosse assim ele não teria dito logo depois: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” Mateus 7:6. Como discernir quem são os cães e quem são os porcos? Sem julgamento de valor seria impossível. O próprio Cristo, em diversas ocasiões criticou abertamente a postura dos fariseus e a estes chamou de hipócritas.

O Sermão do Monte é a antítese da interpretação farisaica da Lei. Jesus através deste sermão interpreta corretamente aquilo que foi registrado por Moisés e pelos profetas. Existe ali uma crítica a forma como os fariseus se portavam, condenando efusivamente os que destoavam de suas práticas. Era típico do farisaísmo apontar os erros das demais pessoas e esquecer de olhar para si. O fariseu gostava de se auto justificar. Seu julgamento era meritocrático e ele se via como um exemplo de conduta moral e religiosa (lembram da parábola do fariseu e do publicano?).


Definitivamente, Jesus não nos proíbe de opinar ou criticar algo ou alguém. Se é proibido julgar, como proceder diante de tal declaração:
“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. Mateus 7:15? Para nos livrarmos dos falsos pregadores da Palavra temos que ter discernimento crítico e julgar os seus frutos. É pelo fruto que se conhece árvore (Mateus 7:16). Jamais poderia julgar alguém me colocando como o parâmetro de bondade e retidão, tal como faziam os fariseus. É hipocrisia diminuir as suas faltas e aumentar as do seu próximo. Somos filhos de Adão, depravados pelo pecado e não há nada de bom em nós mesmos. Mas se usarmos a Palavra como norma para nos blindarmos dos falsos ensinamentos, estamos procedendo bem e agindo de acordo com João 7: 24, estamos julgando segundo a reta justiça.

Todavia, há quem ainda pense assim: “
concordo que devemos julgar e combater as heresias, mas citar o nome da pessoa é desnecessário e antiético”. Será mesmo desnecessário citar o nome do herege que dissemina uma inverdade escriturística? O Dr. Paulo Romeiro usa uma boa ilustração em seu livro Evangélicos em Crise: “Imagine o leitor se há um remédio sendo comercializado, trazendo perigo de morte à população. Certamente as emissoras de rádio e TV não conseguiriam prestar um serviço ao público levando ao ar o seguinte anúncio: ‘Informamos que há um remédio sendo vendido nas farmácias que poderá levá-lo à morte. Desde que não vamos citar o nome do remédio, tente descobrir por você mesmo’. Não seria isso um absurdo? Quando alguém descobrisse que remédio é esse, já seria tarde demais”.

A analogia é perfeita e casa com a maneira em que os apóstolos agiam diante de pessoas que punham em risco a sã doutrina e a comunhão dos santos. João fala mal de Diótrefes (3 João 1:9). Paulo é mais severo ainda. O apóstolo aos gentios diz a Timóteo que entregou a Satanás os blasfemadores Himiteu e Alexandre (1 Timóteo 1:20). Possivelmente, o mesmo Alexandre é citado na segunda carta enviada a Timóteo. Paulo diz que ele foi causador de diversos males e roga para que Deus o julgue segundo as suas obras (2 Timóteo 4:14). Na mesma carta, cita Figelo e Hermógenes como líderes dissidentes da Ásia (2 Timóteo 1:15).

Diante de tudo que foi exposto eu quero elencar alguns pontos:

1. Eu posso julgar o Silas Malafaia
. Não só ele, mas qualquer outra pessoa. O que não posso fazer é julgar de maneira hipócrita e embasado na minha retidão.

2. A Bíblia é o nosso parâmetro
. É a partir dela que diferenciamos o certo do errado. Não devemos opinar com achismos e nem defender – indulgentemente - pessoas em detrimento da Palavra. Nosso compromisso é com o Evangelho e não com os evangélicos.

3. Devemos reconhecer o quão pecadores somos.
Apontar o erro dos outros é a coisa mais fácil do mundo. Difícil é olhar pra dentro de si e tal como Paulo exclamar: Miserável homem que sou! Apenas o Espírito Santo e seu poder regenerador nos dão condições para que nos tornemos retos diante de Deus.


Sola et Tota Spriptura



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Sobre o autor: Thiago S. Oliveira, Recifense, Noivo, Cristão Reformado... um notório pecador remido pela Graça!

Divulgação: Bereianos